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Guilherme Giorelli

Forte e gordo? Veja como a obesidade pode atrapalhar os músculos

Guilherme Giorelli

17/09/2018 11h10

Crédito: iStock

– Doutor, sou um "fordo" convicto! Tem problema para minha saúde? – Perguntou Jorge, o paciente
– O quê, Jorge? – perguntei espantado
– Fordo, doutor! Sou forte, mas também sou gordo. ( Fordo = Forte + gordo)
– Nossa Jorge, esse termo é novidade para mim.

Ainda que sua massa muscular esteja boa, a obesidade –que é caracterizada pelo excesso de gordura corporal — pode colocar sua saúde em risco. Vou te explicar o porquê.

Obesidade por mais de 6 meses contribui para a diminuição da quantidade de massa muscular e para a piora da potência muscular. As células de gordura, conhecidas como adipócitos, se infiltram no tecido muscular. Desta forma, ocorre uma piora da quantidade e da qualidade do músculo, que são 2 fatores que já costumam ser agravados no envelhecimento.

– Nossa doutor, eu ia falar exatamente isso: eu tenho mantido o mesmo peso, mas percebo que estou ficando com menor força. Marquei uma consulta com o cardiologista, que após vários exames, me disse que na parte cardiológica estou muito bem. Será que minha massa muscular esta perdendo a qualidade?
– Jorge, talvez você tenha obesidade sarcopenica, que ocorre quando o paciente tem duas doenças: obesidade e sarcopenia.

Enquanto a obesidade é definida como excesso de gordura corporal, a sarcopenia esta presente quando a quantidade e a qualidade dos músculos estão abaixo do normal.

Para diagnosticar a sarcopenia, utilizamos testes que avaliam a qualidade muscular como o teste da caminhada e da força do aperto de mão através de uma aparelho conhecido como dinamômetro. Já a quantidade de músculo e de gordura podem ser avaliados em aparelhos como a bioimpedância multifrequencial e o DEXA.

Você se identificou com as queixas do Jorge? Talvez ele ainda não tenha obesidade sarcopênica, mas quem tem obesidade e está sedentário tem um risco aumentado para desenvolver este problema de saúde.

A conversa acima foi fictícia, mas poderia ser verdade. O objetivo da coluna é chamar atenção para essa doença e dar dicas de como evitar:

  • Musculação: Fazer exercício físico contra uma resistência, seja na sala de musculação ou até mesmo em casa, usando o peso do próprio corpo;
  • Diminuir a quantidade total de calorias: Mesmo que seja proveniente de fontes saudáveis, como frutas, o excesso será estocado na forma de gordura;
  • Aumentar consumo de proteínas: Sem proteína na alimentação o organismo não consegue produzir massa muscular. O Whey Protein se destaca como fonte de proteína de alta absorção.

Existem muitas causas para um paciente desenvolver esta doença e todas elas passam por uma alimentação desequilibrada e o baixo nível de atividade física.

Lembre-se sempre que a massa muscular não aumenta durante o exercício físico, ela é apenas estimulada, ainda é necessário uma alimentação correta e descanso para que o organismo possa se adaptar e melhorar.

Bons treinos!

Sobre o autor

Guilherme Giorelli é nutrólogo e médico do esporte e exercício. Fellow do International College for Advancement of Nutrology e com mestrado em vitamina D, ele organiza eventos científicos, além de ministrar aulas e palestras. Atualmente é diretor do SMEERJ (Sociedade de Medicina Esportiva e do Exercicio do Rio de Janeiro). Seu dia a dia, porém, é o atendimento de pacientes em sua clínica, que buscam cuidar da saúde por meio da alimentação e do exercício.

Sobre o blog

Este blog é para discutir, sob a ótica da nutrologia e da medicina do esporte, qual o impacto da alimentação sobre o nosso organismo, quais as suas relações com o exercício e como a suplementação pode ajudar. Afinal, todo dia existem novos artigos sendo publicados, novas verdades para serem aprendidas ou questionadas. A ciência nunca está parada, nem você deve ficar.