Ioga pode reduzir circunferência abdominal e evitar Síndrome Metabólica
Ioga é uma filosofia de vida que compreende intervenções complexas, não apenas na aptidão física, mas também aconselhamentos de respiração e meditação para um estilo de vida ético. Além disso, o exercícios faz parte da prática espiritual indiana tradicional há mais de mil anos.
Apesar do objetivo original do ioga ser unir corpo, mente e espírito, alternativas nas técnicas têm se tornado muito populares, principalmente no EUA e Europa, por melhorar o bem estar físico e mental. Esses diversos tipo de ioga envolvem variações das técnicas físicas chamadas de asanas, respiratórias chamadas pranayama e de meditação chamadas de dhyana.
Atualmente 14 milhões de pessoas nos EUA praticam ioga por recomendação de médicos ou psicólogos e 80% dos praticantes referem que iniciaram a pratica para ter uma melhora na saúde.
Diversos trabalhos mostram que o ioga é eficaz em reduzir estresse e depressão, que são importantes fatores de risco cardiovascular. Mas será que a prática consegue ajudar pacientes com Síndrome Metabólica (SM)?
Segundo a última edição da Diretriz Brasileira de Obesidade, para um brasileiro ter o diagnóstico da Síndrome Metabólica é necessário, obrigatoriamente, que ele tenha uma circunferência abdominal aumentada ( maior que 90 cm para os homens e maior que 80 cm para as mulheres) e tenha ao menos mais 2 entre as 4 alterações: triglicerídeos, HDL, pressão arterial e glicemia de jejum.
De qualquer forma, a circunferência abdominal aumentada tem grande importância no diagnostico da SM, pois ela é uma maneira de se estimar a gordura visceral.
O tecido gorduroso é dividido didaticamente em subcutâneo e visceral. O subcutâneo é que aquele que está próximo a pele, aquela gordura que você nota no queixo, na dobra do sutiã ou nas dobrinhas da barriga. Entretanto, a gordura mais perigosa é a visceral, aquela que fica dentro da cavidade abdominal, ao redor dos órgãos.
A gordura visceral é associada com o aumento da hipertensão, pois ela produz citocinas inflamatórias como a PAI-1, visfatina e chemerina. Por outro lado, exercício físico, controle do estresse e diminuição da gordura, são as principais armas para diminuir essas citocinas inflamatórias.
Como o desequilíbrio entre essas citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias leva ao surgimento da SM, e a ioga atua como exercício físico e mental, cientistas começaram a analisar se o ioga pode ser uma ferramenta contra esta doença.
O estudo publicado foi realizado durante 1 ano com pacientes entre 30 e 80 anos, que tinham SM e hipertensão, sendo que eram 45 voluntários no grupo controle e 52 no grupo ioga.
Enquanto os participantes do grupo controle eram sedentários, o grupo de ioga fazia três aulas por semana, cada uma com 60 minutos de duração (divididos entre 10 min de aquecimento, 40 min de hata ioga e 10 minutos de relaxamento com exercícios respiratórios).
Não houve intervenção sobre a alimentação no estudo.
Qual o resultado? A pesquisa demonstrou que após 1 ano de ioga houve aumento de enzimas anti-inflamatórias como a adiponectina e a diminuição das enzimas inflamatórias como Leptina, chemerina e PAI-1, além da diminuição da circunferência abdominal e da pressão arterial sistólica.
Outros estudos e revisões já foram feitos para avaliar o ioga e alguns mostraram que a atividade é eficaz, mas outros não demonstraram significância estatística suficiente para que possamos recomendar a prática de ioga em todas as pessoas. Porém, é importante deixar claro que nenhum estudo contraindica a prática.
Minha opinião: ioga não é para todas as pessoas, assim como nenhuma dieta e nenhum medicamento irá resolver os problemas de todos os pacientes. Somos pessoas diferentes, com gostos, culturas e necessidades que devem ser respeitadas. Se você tem obesidade ou Síndrome Metabólica, procure seu médico para saber se você pode experimentar o ioga como parte de seu tratamento. A única certeza que envolve todas as pessoas é que nem seu corpo nem sua mente podem ficar parados.
Bons treinos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.