Whey protein pode ajudar no controle da pressão alta
"Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio". A frase atribuída a Hipócrates, o pai da medicina ocidental, ilustra bem o artigo publicado na prestigiada revista Nature e realizado por pesquisadores do Reino Unido. Este é o primeiro artigo realizado em humanos que conseguiu comprovar que o whey protein tem a capacidade de diminuir a pressão arterial em pacientes com hipertensão leve.
Há alguns anos que trabalhos realizados nas bancadas de laboratórios ou em modelos animais demonstraram que peptídeos presentes no whey protein têm a capacidade de vasodilatação e de inibir a enzima conversora de angiotensina –também conhecida como ECA– , mas nenhum estudo até o momento tinha comprovado seus efeitos em seres humanos.
A enzima ECA atua no controle da pressão arterial, diminuindo a resistência vascular periférica e regulando o volume de fluidos no corpo. Este sistema é muito conhecido e a inibição da ECA é o principal mecanismo utilizado por medicações anti-hipertensivas.
Para realizar o experimento, os pesquisadores submeteram um grupo de 27 pacientes com hipertensão leve (pressão até 159/99) que não estavam fazendo uso de medicações, a um café da manhã seguido, após cinco horas e meia, de um almoço. Ambos ricos em gordura.
Lembre-se que o trabalho foi realizado no Reino Unido, então a alimentação escolhida se assemelhava aos exageros cometidos por lá.
Café da manhã: 75 gramas de croissant + 15g de manteiga + 4 pedaços de pão tipo shortbread
Almoço: 125 g de pão não integral+ 25g de manteiga + 40g de Cream-Cheese
Além das refeições high fat (ricas em gordura), os pacientes foram divididos em três grupos que recebiam a mesma quantidade de calorias, porém com suplementos diferentes:
- Grupo 1 recebeu 28 gramas de whey protein;
- Grupo 2 recebeu 28 gramas de caseína;
- Grupo 3 recebeu 27 gramas de maltodextrina.
Cada paciente foi avaliado três vezes durante o estudo. Um dia onde houve consumo de café e almoço + whey; em outro dia, café e almoço + caseína e, em outro dia, café e almoço + maltodextrina. Cada um desses dias de avaliação, foi feito com 3 semanas de intervalo. Esta técnica de estudo, utiliza o mesmo paciente nos três modelos de avaliação para diminuir os fatores confusão durante a análise.
Sobre os suplementos utilizados:
Maltodextrina é um tipo de carboidrato de absorção mais lenta que a glicose. Whey protein e caseína são as duas proteínas encontradas no leite, enquanto o whey protein corresponde a apenas 20% do total, o restante, 80% é de caseína.
As diferenças não param por aí, o whey protein é mais rapidamente absorvido, enquanto a caseína tem absorção lenta. Isso se deve à composição diferente de aminoácidos que as duas tem. Tal fato, não torna necessariamente uma proteína melhor ou pior do que a outra. O que determina se é bom ou ruim é o objetivo a ser avaliado.
No caso deste estudo, o whey protein foi eficiente para a diminuição da pressão arterial. Se observou que até 5 horas após o consumo de whey protein, houve uma diminuição da pressão arterial sistólica, de 15 mmhg –quando comparado com a caseína e com a maltodextrina (23.4 mmhg).
O trabalho foi apenas o primeiro, é pequeno, portanto ainda são necessárias mais pesquisas, para que possamos recomendar seu uso específico para os pacientes que sofrem de pressão alta.
A ciência avança e precisamos de muita calma e análise crítica antes de tirarmos conclusões.
Este trabalho traz uma ótima notícia para entendermos melhor o poder dos alimentos e suplementos e como eles podem nos ajudar. Mas para poder usar é preciso ajustar o suplemento correto para aquele paciente que precisa.
Bons treinos!
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